Reflexões Inquietas

Um olhar para o mundo

Os ventos que sopram de fora não deixam dúvidas: eles são maléficos e carregam o cheiro da morte.  Passados quase oitenta anos desde o fim da 2ª. Guerra Mundial, parece que a humanidade se mostra cansada da “paz relativa” desse período e apresenta traços de ansiedade e desconforto. Talvez por isso, ela procure por novos confrontos bélicos.
Depois de um ciclo de guerras tecnológicas, em que os inimigos não se olhavam olhos-nos-olhos e os mísseis eram disparados de longas distâncias, parece que um desejo mórbido trouxe de volta as guerras tradicionais com seus ódios exacerbados e seus mares de lágrimas. Menos confrontos “limpos”, onde as mortes pareciam meras abstrações. Parece ser necessário mostrá-las ao vivo e a cores pelas mídias sociais e pela televisão.  Isso lembra aos mais velhos o impacto psicológico devastador que a Guerra do Vietnã representou ao ser apresentada cruamente nos jornais da noite, na hora do jantar familiar.
Como chegamos a esse ponto? Esse espaço hoje aberto pretende discutir as dúvidas e ansiedades do homem contemporâneo, que vê ressurgir pandemias, redução das taxas de crescimento econômico, destruição de postos de trabalho, desorganização produtiva que traz de volta o temor dos ciclos inflacionários e aumento das desigualdades de renda e da miséria. E tudo isso embalado por velhos dogmas neoliberais, que ainda dominam o discurso de supostas elites produtivistas e carentes de empatia.
Espaço pessimista? Sem dúvida! Pode haver algo de relevante e positivo no horizonte? Claro que sim! Por exemplo, amigos atentos têm apostado suas fichas em novas formas limpas de energia, que já estão recebendo investimentos significativos. E, no meio dos desencontros, sempre há aqueles que voltam seus olhares para os despossuídos. Há uma clareza crescente de que as questões sociais e ambientais não podem mais ser adiadas.
O jeito é seguir em frente e tentar aumentar as vozes dos que pregam a paz e a libertação dos corpos e mentes de uma humanidade em crise.

A Liberdade guiando o povo de Eugène Delacroix, de 1830

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