O terceiro eixo, um olhar para a economia política, se diferencia dos dois anteriores, porque lá os artigos não precisam ser sobre economia, mas aqui sim. No entanto, não se pretende dar voz à dominante ciência econômica, a sua suposta neutralidade e a seus pretensos modelos quantitativos. Ela já tem espaço mais do que suficiente no meio empresarial, na Imprensa e, muitas vezes, nos próprios governos.
O que se quer ouvir são análises acerca da produção e distribuição de bens e serviços, sua oferta e custos e não as questões de preferências de consumo, de demanda e de sua utilidade. Quando se falar em produtividade deverá ser sempre a produtividade do trabalho. Produtividade do capital é um conceito vazio porque o capital é sempre trabalho pretérito. E quando se falar do propósito do capital e de sua busca de valorização, deverá ser de forma crítica a sua concentração e centralização. Foi ao longo do século XX que a teoria dominante pretendeu enterrar a teoria do valor-trabalho. Sem sucesso. Muitos bons pensadores ainda dela se utilizam e buscam seu desenvolvimento.
As questões podem tratar de assuntos de política econômica interna ou externa. Como política econômica é sempre de curto prazo, será necessário apresentá-la antes que seus efeitos se percam no tempo.