Reflexões Inquietas

ENERGIAS RENOVÁVEIS NA REINDUSTRIALIZAÇÃO, de Carlos Augusto Dias de Carvalho

O autor desse texto é economista formado pela Universidade Federal Fluminense, em 1970 e Mestre em Economia pela Fundação Getúlio Vargas/RJ, em 1982. Foi economista do Banco Central, onde trabalhou nos Departamento de Operação de Mercado Aberto – DEMAB – e Departamento da Dívida Pública – DEDIP – por 21 anos até sua aposentadoria, bem como Diretor Financeiro da Eletrobrás, Coordenador Geral da Indústria do Conselho Interministerial de Preços – CIP/MF – e Gerente Financeiro do Fundo Nacional de Desenvolvimento – FND/MF.

Um resumo do trabalho indica que a produção de Energias Renováveis no Brasil já ultrapassou a fase de expectativas e vive a de intensas reflexões sobre a contribuição que ela pode proporcionar à economia brasileira. Sua contribuição se dará em várias esferas. Na energia derivada do álcool da cana de açúcar e do milho, será básica na tecnologia para veículos híbridos leves. O Hidrogênio Verde – H2V será fundamental para veículos pesados: caminhões, máquinas agrícolas e ferroviárias, e até navios. Biomassa e eólicas Onshore e Offshore completam esse quadro, dando-lhe uma feição diversificada.

No passado, restrições tecnológicas, de financiamento e estratégicas frustraram o desenvolvimento de um setor de bens de capital. condicionando o Brasil a ter espaço apenas como primário exportador e produtor de bens de baixo valor agregado. Essa matriz energética permitirá que um novo desenvolvimento industrial que supere essas limitações.

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8 respostas

  1. Tema fundamental de ser discutido, motor do processo de retomada da industrialização, importante contribuição Carlos Augusto.

    1. Carlos Augusto disse:
      Acrescento que nosso interesse deve dar muita atenção à produção de BIOCOMBUSTÍVEIS e BIOGAS. O Setor interage fortemente com um expressivo número de produtores rurais, que têm possibilidade concreta de suporte mercadológico, uma vez que o Setor é contemplado no Planejamento Estratégico 2024-2028 da PETROBRAS.

  2. Embora sempre otimista em minhas reflexões, acredito que o uso das energias renováveis estão se desenvolvendo na direção da reestruturação dos processos industriais. Nessa fase, prevejo o revigoramento das cadeias de bens de capitais, impulsionado também pela disponibilidade de inovações atualíssimas a serem incorporadas naturalmente. Evidentemente, a velocidade desse processo ainda carece de regulações, lentas em alguns setores. Quanto aos mecanismos de financiamento, acredito que o Mercado de Capitais e o revigoramento da atuação do BNDES estimulam a pensar em fluxos regulares para essa transição

  3. Em resposta a Luiz Afonso Simoens da Silva, Carlos Augusto disse:
    Luiz.
    O Brasil conseguiu colocar o povo no Orçamento da União Federal. Se somarmos os investimentos estaduais e municipais, impostos pela Constituição, teremos um valor expressivo.
    O levantamento desses valores e o dimensionamento de sua repercussão é importante para avaliar se estão adequados ou se devem ser reavaliados.
    Como consequência, será possível projetar o espaço para investimentos na infraestrutura e os mecanismos de financiamentos privados que possam financia-los, tal cometem ocorrido com as Energias Renováveis.

  4. Caro Carlos Augusto,
    Durante a crise dos países em desenvolvimento, nos anos 1980, John Kenneth Galbraith comentou, a propósito de um de nossos vizinhos na América do Sul, que nenhum país que produz trigo, carne e energia deveria entrar em crise.
    Nunca esqueci essa frase. Quando se discute o que deve ser prioritário para um país, ela volta a mim automaticamente.
    O interessante é que o Brasil tem hoje carne, multiplicidade de cereais e energia de origem fóssil. Não deveria ter crises, ao menos econômicas. E não tem mesmo. Para mim, a baixaria diária é fruto de desencontros políticos. A crise é política!
    Não é econômica, mas tem gente passando fome. É política!
    A Imprensa passa os dias xingando o presidente, porque ele fala muito e não olha para os desequilíbrios fiscais. É política. E de baixo nível.
    Aí, aparece você com as perspectivas energéticas. E diz que o Brasil pode vir a ser um dos mais bem aquinhoados por sua natureza: dimensão geográfica, bons ventos, sol a vontade. E que os investimentos já estão chegando do exterior. E que são recursos privados, que entendem que o futuro passa pela energia. Que ninguém é grande se não tiver capacidade de ter elevado grau de autonomia nessa esfera.
    Isso é pensar estrategicamente. Parabéns, Carlos, por estar dedicando boa parte de seus pensamentos para a forma com que se está construindo uma nova matriz energética limpa, diversificada e grande. Aliás, enorme. E, finalmente, que envolve recursos públicos e privados, o que sempre nos dá uma pequena esperança de que, algum dia, vamos superar o discurso estreito de nossos pequenos líderes.

    1. Em resposta a Luiz Afonso Simoens da Silva, Carlos Augusto disse:
      Luiz.
      O Brasil conseguiu colocar o povo no Orçamento da União Federal. Se somarmos os investimentos estaduais e municipais, impostos pela Constituição, teremos um valor expressivo.
      O levantamento desses valores e o dimensionamento de sua repercussão é importante para avaliar se estão adequados ou se devem ser reavaliados.
      Como consequência, será possível projetar o espaço para investimentos na infraestrutura e os mecanismos de financiamentos privados que possam financia-los, tal cometem ocorrido com as Energias Renováveis.

    1. Carlos Augusto disse:
      Fico lisonjeado com o comentário da Lenina, pois com ela o pensamento voltado para ações estruturantes estavam sempre presentes.
      Ao longo do tempo, a política de curto prazo tem neutralizado as iniciativas do Estado brasileiro, tornando voláteis a implantação de Projetos
      na área social e de infraestrutura.

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