
Com a posse de Donald Trump na Presidência da República dos Estados Unidos da América, começam a aparecer os objetivos do novo governo e quais os primeiros passos para alcançá-los. No geral, as questões apresentadas até agora cabem em um dos dois campos: Protecionismo e Enfrentamento da Agenda Mundial do Século XXI.
Protecionistas são as ameaças de imposição indiscriminada de tarifas à ordem comercial e à saída do país de um pacto global para a imposição de um tributo sobre os super-ricos. E como se isso fosse pouco, houve também outra ameaça de retaliação aos países que tributassem as multinacionais norte-americanas.
A agenda mundial do século XXI tratou dos tópicos da imigração, identitarismos, ambientalismo e guerras. Todos eles foram tratados com um certo desprezo imperial e parecem destinados à lata de lixo das novas prioridades governamentais. O presidente Trump prometeu uma sacudida forte no mundo e já começou a cumprir sua promessa. A pergunta que fica é: até que ponto suas incríveis determinações na alvorada do novo mandato conseguirão ficar de pé? Sua aparente radicalização neoliberal atenderá às demandas da população mundial, que já vinha mostrando ansiedade e medo com relação a um futuro mais que incerto?
6 respostas
As reflexões do Luiz sobre os sons emitidos pelo Trump, agora surpreendendo o mundo pela vulgaridade de seu discurso, não me permite defini-lo como conservador ou contrarrevolucionário.
Aos 78 anos tem uma biografia que o distancia de um perfil capaz de ser propositivo em qualquer segmento dos campos sociais, político e econômico.
Como todos os medíocres da história, cria os inimigos externos, perdendo a oportunidade de buscar a melhor maneira de situar os EUA na atual reestruturação da matriz produtiva mundial, salvo se já considerar que as estratégias de dominação do passado não conseguirão ser replicadas.
E aí a contradição me parece ser clara.
As maiores empresas do planeta, em valor de mercado, são americanas e são sustentadas por inovações tecnológicas desenvolvidas em seu território, com marcante presença de jovens imigrantes de todo o planeta.
Trump não é capaz de direcionar a sociedade americana para a superação da desigualdade, que só avança, na maior economia do
Mundo.
Não passa de um boneco de ventrículo do grande capital, que não tem outra maneira de ver a política que não pela rota neoliberal já exaurida.
Não tenho dúvida quanto ao futuro do orçamento público dos EUA.
IRÃO PARA OS DE SEMPRE, AGORA SEUS NOVOS AMIGOS.
Países do mundo UNI-VOS.
Dá para entender sua indignação, caro amigo.
O personagem em análise é vulgar, de fato.
Em uma postagem que fiz neste sítio, reproduzi uma citação de Ortega e Gasset, acerca do “homem massa”.
Ela dizia mais ou menos o seguinte: O homem massa não é o pobre nem o iletrado. Ele é o vulgar que não deseja evoluir e quer, apenas, que todos sejam vulgares como ele.
Mas, que diabos!, ele é o presidente da maior economia do mundo.
As consequências disso não serão vulgares!
Você aponta para as principais consequências: uma piora na já péssima distribuição de renda no mundo e a cooptação de seres que nos encantaram no passado por suas capacidades tecnológicas e que, agora, não serão mais que “bonecos de ventríloquos” de um poder decadente.
Bem, viver é uma aventura num seriado que nunca acaba.
Veremos. Talvez as coisas tenham de piorar antes de começar a melhorar.
Obrigado, amigo, aquele abraço,
Luiz Afonso
Ótimo texto Luiz, as principais questões estão posta. 2025 começa mal, contudo o embate está posto, a contrarrevolução (ousaria dizer a barbárie) sofre uma aceleração importante e caberá aos que querem o progresso, a democracia e, mais urgente, a continuação da vida nesse planeta reacenderem as chamas da luta. Ter esperança é preciso!
Obrigado, bom amigo Dario.
Sim, ter esperança é preciso.
O mundo passa por uma fase em que o medo predomina.
E o medo é mau conselheiro.
Daí que surgem lideranças de extrema direita, que muito gritam, mas que nada tem a oferecer de concreto.
Paciência. Resistência.
Esperemos que eles se destruam a si mesmos e um pouco de juízo volte a predominar.
Grande abraço,
Luiz Afonso
Prof. Simões,
excelente o teu texto. Estou com as mesmas perguntas. Saber o que é discurso estriônico, bufão,
do que é verdade e perigoso. Creio que esta resposta não existe. Será um sistema ‘stop and go’.
Tentativo. Se tiver êxito, vai para a frente, se houver resistências, recua. Como já está acontecendo
com ‘jus soli’ e as migrações em geral. O mesmo nas relações internacionais. Ainda que seus oponentes
seja muito fracos, caso do Panama e da Dinamarca, mesmo com o apoio da UE. Vamos ver.
Mais complicado, e de interesse imediato para todos e para nós, a questão das big techs e sua excenção
de taxação. Os europeus há tempos andam furiosos com isso, mas pouco conseguem.
E também o tema dos super-ricos. Portanto, mesmo não sendo tudo certo, ainda a ver limites do
‘stop and go’, há perigos pela frente.
O mesmo na questão ambiental. E OMS. A posição de jogar parado é perigosa e paralizante. No caso da
OMC, já está semi-paralizada com a não nomeação dos juízes do OSC (órgão de solução de controvérias).
Excelente, a ver!
tullo
Caro amigo Tullo,
Você enriqueceu meu texto ao listar os perigos associados às iniciativas de Trump:
– as Big Techs e ao despudor dos super-ricos,
– as imigrações e a infringência do jus soli,
– ao ambientalismo jogado às traças e, principalmente,
– por ressaltar a destruição programada da OMC, que já estava quase paralisada pela falta de juízes da OSC (o órgão de solução de controvérsias).
Muito bom!
Grande abraço,
Luiz Afonso